
A Itália registrou, nas últimas 24 horas, 59 óbitos causados pela Covid-19. O número é o menor contabilizado desde desde 7 de março, que teve 36 mortes pela doença. Com a queda na transmissão do coronavírus, o país adota novas medidas de flexibilização para a reabertura do comércio.
O advogado brasileiro, Maurício Beltramelli, mora em Como, na região da Lombardia, uma das mais afetadas pela doença no país. Ele conta, em entrevista ao Jornal da Manhã, que a reabertura acontece após cerca de 70 dias do bloqueio total, adotado para conter o avanço da pandemia.
Maurício afirma, no entanto, que o retorno das atividades traz preocupações. “Agora já conseguimos sair, almoçar fora, jantar fora. Está uma mudança bem alegre, o que talvez preocupe um pouquinho porque as pessoas podem relaxar os cuidados básicos. Em alguns locais está acontecendo isso, as pessoas estão com aquela vontade imensa de sair e às vezes pode ter um efeito rebote. A gente está preocupado com isso agora.”
O país está usando um “policiamento ostensivo” para garantir o cumprimento das normas estabelecidas. Entre ações da polícia está exigir o uso de máscaras em locais públicos e a interrupção de possíveis “ajuntamentos de pessoas” para evitar um novo surto da doença.
“As autoridades falam direto se as pessoas não mantiverem distância, o confinamento vai voltar. Isso tem posto um medo, porque o confinamento foi traumático. O governador [da Lombardia] sempre fala: se vocês não obedecerem vamos ser obrigados a fechar novamente.”
O advogado avalia que, embora a região tenha sido muito afetada e registrado expressivo número de mortes pela Covid-19, o sistema de saúde “deu conta” de atender os pacientes infectados. Segundo Maurício, um dos hospitais foi, inclusive, inutilizado. “Gastaram muito dinheiro e quase não recebeu pessoas. O que se conta é que nenhum italiano foi deixado para trás.”