Ministério da Saúde retira do ar comunicado sobre compra de vacina e republica, falando em 'possível aquisição'

O Ministério da Saúde retirou do ar e republicou com alterações, nesta quarta-feira (21), um comunicado à imprensa que falava sobre a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19. O imunizante é motivo de embates entre a própria pasta, o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). (Entenda).

Na primeira versão, divulgada na tarde de terça-feira (20), o texto tinha o título “Brasil negocia aquisição de 46 milhões de doses contra a Covid-19 com Instituto Butantan“, e, no primeiro parágrafo, dizia que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, “assinou protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da Vacina Butantan – Sinovac/Covid-19, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan“. (Veja imagem abaixo).

Primeira versão do comunicado do Ministério da Saúde — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde 1 de 4
Primeira versão do comunicado do Ministério da Saúde — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

Primeira versão do comunicado do Ministério da Saúde — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

Depois das declarações desta quarta-feira (21) de Bolsonaro sobre a CoronaVac, entretanto, o comunicado foi retirado do ar (veja imagem abaixo) e republicado, com um conteúdo diferente.

Página onde primeira versão do comunicado havia sido publicada foi retirada do ar — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde 2 de 4
Página onde primeira versão do comunicado havia sido publicada foi retirada do ar — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

Página onde primeira versão do comunicado havia sido publicada foi retirada do ar — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

Na segunda versão, que aparece no site da pasta como atualizada nesta quarta (21), o texto dizia que o ministro havia assinado, na terça-feira, o protocolo, “para possível aquisição de 46 milhões de doses da Vacina Butantan-Sinovac/Covid-19, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan” (veja imagem).

Segunda versão do comunicado do Ministério da Saúde fala em 'possível aquisição' da CoronaVac. — Foto: Reprodução/Ministério da Saúde 3 de 4
Segunda versão do comunicado do Ministério da Saúde fala em ‘possível aquisição’ da CoronaVac. — Foto: Reprodução/Ministério da Saúde

Segunda versão do comunicado do Ministério da Saúde fala em ‘possível aquisição’ da CoronaVac. — Foto: Reprodução/Ministério da Saúde

Também foi retirado um trecho que falava da edição de uma medida provisória “para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 2,6 bilhão” para comprar as doses.

Mais abaixo, entretanto, um dos parágrafos continuou igual em ambas as versões:

Além das vacinas já adquiridas previamente (AtraZeneca e Covax), o Governo Federal assinou protocolo de intenções para a compra de 46 milhões de doses da Butantan-Sinovac. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de R$80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan – o que auxiliará na produção de vacinas.”

Mais abaixo, entretanto, um dos parágrafos do texto continuou igual em ambas as versões. — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde 4 de 4
Mais abaixo, entretanto, um dos parágrafos do texto continuou igual em ambas as versões. — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

Mais abaixo, entretanto, um dos parágrafos do texto continuou igual em ambas as versões. — Foto: Reprodução/Site Ministério da Saúde

O anúncio do Ministério da Saúde sobre uma negociação para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac causou embate entre a pasta e o presidente Jair Bolsonaro – e que envolve também o governador de São Paulo, João Doria.

O governo de São Paulo já havia fechado um contrato, no fim de setembro, com a Sinovac, para adquirir as mesmas 46 milhões de doses compradas pelo governo federal. O acordo previa que a farmacêutica enviasse 6 milhões de doses da vacina já prontas até dezembro, enquanto as outras 40 milhões teriam o processamento finalizado (o envasamento) no Butantan.

Na terça (20), o Ministério da Saúde anunciou as negociações para compra. O presidente Jair Bolsonaro, entretanto, afirmou na manhã desta quarta (21) em uma rede social que o país não compraria “a vacina da China”.

Já mandei cancelar“, disse o presidente sobre o protocolo assinado pelo ministério.

‘Já mandei cancelar’, diz Bolsonaro sobre protocolo de intenções da vacina CoronaVac

‘Já mandei cancelar’, diz Bolsonaro sobre protocolo de intenções da vacina CoronaVac

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse, em pronunciamento feito entre as declarações do presidente, que “não há intenção de compra de vacinas chinesas”.

As falas de Bolsonaro repercutiram com os governadores do país, inclusive o de São Paulo – que disse que “não devemos avaliar origem da vacina, mas sua eficácia“.

Veja os VÍDEOS mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias:

20 vídeos

Vídeo mostra funcionário de hotel entrando em quarto de mulher que denunciou estupro no RJ

Ação contra grupo de milicianos em Itaguaí termina com 12 suspeitos mortosMinistro Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, presidente do STF, discutem durante julgamento

By Midia ABC

Veja Também!