Mulher é presa suspeita de injúria racial contra técnica de enfermagem em UPA de Cabreúva: ‘Me chamou de preta safada’

Caso ocorreu na terça-feira (6) e a suspeita negou as acusações. Mulher foi solta no início da tarde desta quarta-feira (7) após passar por audiência de custódia.

Uma mulher de 57 anos foi presa em flagrante na tarde de terça-feira (6) suspeita de injúria racial após xingar de “preta safada” uma técnica de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no Distrito do Jacaré, em Cabreúva (SP).

A funcionária vítima dos xingamentos relatou à TV TEM que estava trabalhando quando a aposentada chegou ao local com uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e já tinha acesso em um dos braços para receber a medição. Os xingamentos teriam começado quando a técnica foi tirar o sangue no outro braço, o que teria incomodado a paciente.

A partir disso, ainda conforme a vítima, a suspeita teria xingado a técnica de enfermagem de “preta safada”, além de ter dito que “preto não sabe trabalhar” e “preto não tem que trabalhar”. A técnica contou que no momento dos xingamentos estava atendendo outras pessoas e não deu atenção e não havia entendido o que estava acontecendo. Ela ainda disse que, em 22 anos de profissão, nunca havia passado por algo parecido.

A Polícia Militar foi acionada por testemunhas que estavam no local e confirmaram a versão da vítima. Questionada pelos policiais, a suspeita negou todas as acusações, mas foi presa em flagrante e permanece à disposição da Justiça.

Conforme apurado pelo pela TV TEM, a mulher foi solta no início da tarde desta quarta-feira (7) após passar por audiência de custódia.

Em nota, a Prefeitura de Cabreúva repudiou o caso de injúria racial sofrido pela técnica de enfermagem da UPA do Jacaré. “A administração pública municipal se solidariza com a profissional e reitera que não há de se tolerar casos absurdos como esse”, completou.

O sargento da Polícia Militar, Márcio Delgemo, explicou o que se deve fazer em situações semelhantes, informando que a primeira coisa a se fazer é ligar para o 190.

“A gente já vai priorizar até o atendimento pela questão de constrangimento que a pessoa passa. Se demora para fazer esse chamado, vai perder as principais provas, que são as testemunhas. As testemunhas que vão poder afirmar que realmente ocorreu isso, não existe um outro material para provar, desde que haja uma câmera ou uma filmagem. As testemunhas são fundamentais para dar seguimento”.

By Ellena Gomes

Veja Também!