Pesquisa mostra que resiliência está vencendo a solidão na pandemia


Capacidade de adaptação tornou pessoas mais resistentes no isolamento Há algumas semanas, publiquei coluna com as “receitas” de resiliência de idosos que, isolados por causa da quarentena, encontravam força e motivação para não se abater. Pesquisa da faculdade de medicina da Florida State University mostra que a capacidade de adaptação das pessoas é admirável e que a resiliência está vencendo a solidão nesta pandemia. Saber que esse é um desafio de toda a humanidade tem sido uma arma para seguir em frente – como se sentir completamente só se tantos estão na mesma situação?
Idosa em quarentena: pesquisa afirma que isolamento social durante a pandemia não agravou solidão
Sabine van Erp por Pixabay
Os pesquisadores entrevistaram mais de 2 mil pessoas, nos Estados Unidos, antes e durante a quarentena imposta pela Covid-19. O estudo, publicado na revista acadêmica “American Psychologist”, apontou que houve uma mudança de percepção em relação à solidão nesse período. Na verdade, muitos tornaram os contatos com amigos e parentes mais frequentes. Além disso, os entrevistados avaliaram positivamente a rede de suporte e solidariedade criada durante a pandemia.
“Havia muita preocupação de que a solidão fosse crescer dramaticamente por causa do distanciamento social e das restrições de deslocamento. No entanto, descobrimos que, de um modo geral, o sentimento de solidão não aumentou. Na verdade, as pessoas se sentiram até mais amparadas do que no período pré-pandemia. Apesar de isoladas fisicamente, o apoio de terceiros e o entendimento de que todos estão juntos nessa situação ajudaram a limitar os efeitos negativos da solidão”, afirmou Martina Luchetti, professora da universidade.
O trabalho é parte de um estudo mais amplo que os pesquisadores realizam sobre os impactos na saúde mental durante a crise e de que forma os fatores psicológicos podem contribuir nas respostas para a pandemia. O painel era composto por indivíduos entre 18 e 98 anos. O grupo foi entrevistado no começo de fevereiro, quando o novo coronavírus ainda parecia um problema restrito à China. Depois houve outras duas rodadas de perguntas: no meio de março e no fim de abril.
O levantamento também se debruçou sobre grupos de risco específicos, como os idosos. Entre eles, foi detectado um ligeiro aumento de solidão, sentimento que apareceu com mais força entre os jovens – esses merecem atenção de pais e responsáveis. Para os portadores de doenças crônicas, a dor de se sentir só coincidiu com o início da pandemia, diminuindo quando as medidas restritivas passaram a valer para todos. Já está bastante documentado o efeito nocivo da solidão, um fator relevante para o aumento de morbidades e mortalidade antes da pandemia. De acordo com estudos anteriores, a queixa era relatada por 35% dos adultos acima dos 45 anos; entre os acima dos 60, 43% diziam se sentir só pelo menos parte do tempo.

By Midia ABC

Veja Também!