O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar ordens executivas nesta terça-feira (8) destinadas a fortalecer a indústria de carvão do país, conforme indicado por uma autoridade sênior da Casa Branca e outras fontes com conhecimento do assunto. Esta ação representa mais um passo na agenda de Trump de reverter regulamentações ambientais e energéticas estabelecidas por administrações anteriores.
As medidas específicas a serem assinadas na Casa Branca incluirão iniciativas para tentar salvar usinas termelétricas a carvão que enfrentam a possibilidade de fechamento iminente, detalharam as fontes, que falaram sob condição de anonimato.
Desde que assumiu o cargo em 20 de janeiro, Trump tem buscado cumprir suas promessas de campanha de aumentar a produção de energia nos EUA, muitas vezes através da desregulamentação do setor. A decisão de apoiar o carvão ocorre também em um contexto de aumento inédito em duas décadas na demanda de energia elétrica americana, impulsionada por novas tecnologias como data centers para inteligência artificial, carros elétricos e mineração de criptomoedas.
Atualmente, as usinas a carvão respondem por menos de 20% da geração de eletricidade nos EUA, uma redução drástica comparada aos quase 50% registrados no início do século, segundo a Administração de Informações de Energia do país. A ascensão do gás natural, viabilizada por técnicas como o fracking, e o crescimento das energias solar e eólica contribuíram significativamente para essa mudança na matriz energética, juntamente com regulamentações ambientais mais rígidas.
O carvão é conhecido por ser o combustível fóssil que mais emite dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, além de outros poluentes ligados a doenças pulmonares e cardíacas. No entanto, defensores da indústria argumentam que as usinas existentes operam com capacidade ociosa (cerca de 40% do tempo) e que poderiam gerar mais energia com um ambiente regulatório mais favorável.
A notícia sobre as ordens executivas iminentes já provocou reação no mercado financeiro. As ações de produtoras de carvão norte-americanas como Peabody e Core Natural Resources tiveram uma valorização de aproximadamente 9% após a divulgação da informação.
