Número equivale a quase um terço da população carcerária, que é de 1.702 presos, segundo Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Outros 32 servidores foram diagnosticados. Penitenciária de Franca, SP, isola detentos que pegaram o novo coronavírus
A Penitenciária de Franca (SP) registra 505 casos positivos de Covid-19 entre detentos, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O número equivale a quase um terço da população da unidade, que tem 1.702 detentos.
Além dos presos, 32 funcionários foram diagnosticados, entre eles o diretor de inclusão da penitenciária, Paulo Roberto Santos, que morreu no início de agosto por complicações causadas pela doença.
Evolução
O primeiro caso de Covid-19 foi detectado no dia 2 de agosto. Segundo o diretor técnico Valter Moreto, a suspeita é que funcionários, advogados ou oficiais de Justiça assintomáticos tenham levado o vírus para dentro da unidade.
“Nós evitamos o máximo, mas infelizmente esse vírus vai chegar à casa de todo mundo, e a Penitenciária de Franca não podia ser diferente. Nós estamos em um local onde o confinamento existe, então não tem jeito de ser diferente.”
Detentos passam por teste rápido de novo coronavírus na Penitenciária de Franca, SP
Secretaria de Administração Penitenciária de SP/Divulgação
Após o primeiro diagnóstico, foi feita uma varredura entre os contactantes. Por causa do número de casos suspeitos, a SAP recorreu à Prefeitura, que forneceu os testes rápidos para aplicação em massa.
O procedimento foi concluído na segunda-feira (17). Dos 505 positivos, nenhum apresentou quadro grave. Os doentes foram isolados em celas preparadas e monitoradas, segundo Moreto.
“O isolamento é feito em celas dentro do próprio pavilhão, porém os presos que estão contaminados ficam dentro de uma determinada sala e os demais, em outras. A parte de banho de sol, por exemplo, só é feita com os presos de uma sala. Eles saem e retornam para sela, individualizado.”
Onze dos 32 servidores infectados permanecem afastados das funções. Por causa do aumento exponencial de casos, além da máscara e do álcool em gel, os funcionários passaram a usar óculos e avental para evitar a contaminação.
Moreto afirma que a unidade passou por um processo de higienização com a aplicação de 24 mil litros de hipoclorito de sódio.
“Depois disso, foi feita uma sanitização eletrostática, que faz com que o vírus não tenha nenhuma proliferação. É um produto muito forte que higieniza por 14 dias. A penitenciária já fez solicitação de duas aplicações. Uma já ocorreu e a outra está programada.”
O diretor-técnico da Penitenciária de Franca, SP, Valter Moreto
Secretaria de Administração Penitenciária SP/Divulgação
Preocupação
No início de agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Franca enviou um ofício à direção da penitenciária com questionamentos sobre o atendimento prestado.
De acordo com o vice-presidente Acir de Matos Gomes, as respostas já foram enviadas e devem auxiliar na adoção de práticas de segurança para evitar o avanço da doença.
Atualmente, segundo a própria direção, ao chegarem à instituição, os novatos passam por avaliação clínica e são colocados em quarentena antes de se juntar aos veteranos.
“A nossa preocupação aqui em Franca é como esses presos estão sendo cuidados? Se tem uma infecção de Covid com 505 presos, qual está sendo o cuidado para que isso não alastre? Não podemos ignorar que existe um número de pessoas contaminadas e este número é preocupante.”
Penitenciária de Franca, SP
Jefferson Severiano Neves/EPTV
Initial plugin text
Veja mais notícias da região no G1 Ribeirão Preto e Franca