Ribeirão Preto tem agosto mais seco dos últimos 5 anos; chuva não deve chegar em setembro


Bloqueio atmosférico no Centro-Sul do país continua a impedir chegada de frente fria e chuva à região, segundo a Somar Meteorologia. Mudanças podem ocorrer na última semana deste mês. Tempo seco e sol forte devem prevalecer na região de Ribeirão Preto, SP, até o fim de setembro
Arquivo/Cedoc EPTV
Com 2,1 milímetros de chuva ao longo dos últimos 31 dias, Ribeirão Preto (SP) registrou o agosto mais seco dos últimos cinco anos, de acordo com dados da Somar Meteorologia. A estiagem e as temperaturas altas não devem mudar em setembro.
Além de ser inferior aos anos anteriores, o índice pluviométrico do último mês ficou abaixo do que é esperado para o período, quando costuma chover ao menos 24,8 milímetros, de acordo com a série histórica.
“Agosto ficou com muito bloqueio, então as poucas frentes frias que chegam para provocar esta média de 25 milímetros não conseguiram chegar. A média já é baixa, então, se ficar abaixo da média, é mais seco ainda”, diz o meteorologista Fábio Luengo.
Estiagem
Ele explica que a principal causa da estiagem em Ribeirão Preto, que já dura 83 dias, são bloqueios atmosféricos no Centro-Sul do país. Há três meses, eles impedem a chegada de frentes frias da Argentina à região, dificultam a chuva e dão força à massa de ar seco.
O meteorologista diz que uma das razões que facilitou a formação dos bloqueios é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Leste, próximo à Linha do Equador, que mudou o padrão de ventos. Se a temperatura das águas cair mais, poderá ser registrado o fenômeno La Niña, o oposto do El Niño.
A situação climática atual facilita o surgimento de focos de incêndio. No mês passado, foram registrados 148 focos de incêndio em Ribeirão Preto pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número representa o dobro das ocorrências de agosto de 2019, que teve 74 focos.
Queimada em canavial às margens do Anel Viário Norte em Ribeirão Preto
Marcelo Moraes/EPTV
Previsão para setembro
O bloqueio atmosférico, que chegou a se romper e a derrubar as temperaturas entre os dias 21 e 23, provocando até uma garoa, deve ganhar força ao longo dos próximos dias, de acordo com o meteorologista.
“A gente está entrando em um novo bloqueio. Este bloqueio dura de duas a quatro semanas. O que chamou atenção foi uma série de bloqueios consecutivos durante o inverno”, diz Luengo.
Clima seco afeta região região de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Em agosto, Ribeirão Preto registrou, junto com Franca (SP) e Barretos (SP), a temperatura mais alta do ano. Com a permanência da massa de ar seco e da falta de chuva, este recorde pode ser ultrapassado em setembro.
Não deve haver mudanças significativas no clima até perto de 25 de setembro.
“A chuva vai continuar abaixo da média. As coisas devem mudar somente por volta do dia 26, quando uma frente fria vai conseguir chegar, trazer chuva e até um pouco de frio”, afirma o meteorologista.
Ainda segundo Luengo, a situação é diferente na capital paulista porque, apesar de também ser atingida pelos bloqueios atmosféricos, a cidade está mais próxima ao litoral e sofre influência dos ventos marítimos, que facilitam a chegada da chuva.
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By Midia ABC

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