Hospitais públicos e privados encabeçam a lista, que reúne reclamações feitas por trabalhadores entre março e 14 de setembro na região de Campinas. Um levantamento do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (MPT-15), com sede em Campinas (SP), aponta que, dentre as áreas de trabaalho, a da saúde foi a que mais gerou denúncias de desrespeito às regras sanitárias e de proteção aos trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus na região até este mês.
A análise inclui dados de março até 14 de setembro, quando o órgão recebeu 1.038 denúncias de trabalhadores nas 89 cidades em que atua. Na lista dos dez setores que mais acumulam reclamações estão os hospitais públicos e privados, empresas de telemarketing e planos de saúde. Veja a tabela abaixo.
Denúncias por descumprimento de normas sanitárias na pandemia
Para evitar denúncias e garantir a segurança dos funcionários, a procuradora do trabalho Luana Lima Duarte afirma que o empregador deve promover uma reorganização do local para garantir o distanciamento mínimo exigido durante a pandemia. Além disso, funcionários do grupo de risco devem ser mantidos em trabalho domiciliar (home office).
Duarte acrescenta que as administrações públicas e empresas que não se adequarem podem receber sanções administrativas e até responder processo trabalhista.
“Na nossa atuação, o foco é a correção das irregularidades. Uma vez não alcançada essa correção, além da sujeição das sanções administrativas que são cabíveis pelo descumprimento dos decretos municipais e estaduais, o MPT pode acionar a empresa na Justiça do Trabalho requerendo o cumprimento compulsório destas medidas sob pena de multas”.
Procuradora do Trabalho Luana Lima Duarte explica que empresas podem responder na Justiça se não adotarem medidas de proteção aos trabalhadores durante a pandemia
Reprodução/EPTV
Uma enfermeira que pediu para não ser identificada afirmou que os funcionários do local onde ela trabalha sofrem com a falta de equipamentos de segurança. “Hoje nosso problema maior é a falta de luvas de procedimentos para coisas básicas, desde um banho num leito, como uma parada”.
“E nós ainda temos que ouvir: ‘deixa essa caixa de luva para quando a Vigilância vir'”, denuncia a trabalhadora.
A enfermeira exemplifica que a oferta de luvas é essencial para ganhar tempo quando houver uma situação urgente. “Você acha que com um paciente parando você vai fazer aqueles segundos todos que se pede o protocolo da lavagem de mãos? Com a luva eu consigo me desparamentar e ir ao próximo leito”, explica.
A sede do MPT, em Campinas
Fernando Pacífico / G1
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Foto: Infografia/G1
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